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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Mãe de moça


Chove publicações na internet com o título "Mãe de menina". A minha menina cresceu aos olhos do mundo e resolvi publicar o "Mãe de moça". Como é ser mãe da menina que virou moça?

Olha, só lembrando, para sempre será a minha menina, para não dizer o meu bebê, porque já é querer infantilizar demais. Mas vou tentar descrever essa virada na vida de uma mãe.

De repente, bum! Você percebe que sua filha já está muito parecida contigo quando você procura algo seu e não encontra. E vem  a pergunta: "Filha, você sabe daquela minha regata bege?" Resposta: "Tá aqui mãe, já vou te entregar". Brincos, batons, sapatos, bolsas, perfumes. Nada mais é só seu, agora tens uma sócia. O bom nisso é que a sociedade é recíproca, você também pode usar as coisas dela, embora o contrário seja mais frequente.

Ser mãe de moça é  ver você refletida, só que agora as escolhas e consequências não são mais suas. Dói em nós saber que ela terá que se virar "sozinha" com suas frustrações, decepções e TPM. Claro que estamos ali, mas apenas como apoio. As dores ela terá que suportar. Você agora se torna "tia" das amigas dela. Todas são flores que estão desabrochando juntas. Sofrerão as mesmas sensações de alegrias e tristezas comuns da idade.

Os quinze anos, o primeiro namorado, o primeiro emprego, o nome na lista do vestibular, a formatura. Ah, são tantas novidades que nos deixam com o coração na mão. Será que vai dar certo? Será que esse é o caminho? E nos pomos a rezar, interceder pela nossa filha sem cessar.

Sabe aquela amiga incondicional?  Amiga, companheira, conselheira e até estilista, maquiadora, manicure, consultora de imagem. Você agora tem tudo isso numa única pessoa. Nunca me esqueço... Minha moça me fez comprar, pela primeira vez, um sapato vermelho de salto alto. Neste dia, ela  decretou para sempre o cargo de confiança como Personal Stylist da mamãe. Fez uma revolução na minha imagem! Superando a breguice através da filha moça.

Sair juntas, tomar café, milk shake e sorvete no shopping; ir ao cinema; selfie para postar no Facebook; compras; academia; baladas, gargalhadas na rua; temporal de chuva com as mãos cheias de sacolas e os guarda-chuvas virando ao contrário... Poucas e boas passamos juntas. Sem falar das fotos com os famosos e dos shows que ficamos horas a fio de pé, numa muvuca daquelas, passando sede e vontade de ir ao banheiro, tudo para proteger sua santa inocência!

Na saúde e na doença. Uma amparando a outra no atendimento do pronto-socorro. Dessas coisas nem é bom lembrar, mas constitui nossa história. A mão amiga e carinhosa que você pode sempre segurar quando não está bem.

E por falar em mão, temos uma mão e tanto com os serviços da casa. Principalmente quando aparece no script um namorado. Mas fora de brincadeira, minha moça já assumiu sozinha a cozinha por várias vezes nas horas de necessidades. O primeiro Bolo Prestígio feito por ela, que gracinha!! Reconheço que nem todas as moças são prendadas assim, mas depende muito do jeito que a mãe conduz a criação, o modo como educou.

Ficar em casa, tomar nosso café da tarde juntas quase todos os dias, não tem preço! Inventar coisas para fazer...Ter uma moça é se preparar para estar sempre aprontando; elas querem testar tudo sobre beleza que encontram na internet. Assistir sessão da tarde; seguir a novela das seis; usar pantufas no inverno, tudo por ela!!

E as viagens? A bagagem é imensa, quase transportamos o quarto e banheiro junto. Secador e prancha; maquiagens; bijuterias; sapatos, sandálias e botas; biquínis; casacos. Só pra ter uma ideia. E ainda queremos chegar arrasando com esse tanto de tralhas. rs

Muito parecida com você. Nossa moça aprende nosso jeito de ser. Por isso a responsabilidade de mãe é muito grande. O modo de andar, sentar, falar e vestir. Os seus trejeitos. A sua forma de chegar e sair dos ambientes sociais. O costume de tratar as pessoas. A educação. O respeito. O interesse pelos estudos e pela fé. Em tudo ela se espelha na mãe.

Mãe de moça é dar carinho, amor, muito amo! É tratar com delicadeza. É ensinar com jeitinho. Aliás, com jeitinho nossa moça consegue quase tudo do papai. Tem um poder de convencimento fora do comum. Mas bem sabemos que esse convencimento vem dos carinhos que ela nos faz, dos bons modos que tem, do orgulho que sempre nos dá. Simples, é dando que recebemos.

Daqui a pouco a minha moça se tornará uma mulher e isso é história para um outro texto.

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