Uma porcentagem de pessoas ficam à espreita para pescar uma nova forma de espalhar reboliço. Tudo agora ofende e desrespeita.
Verifiquei alguns sites e não encontrei nada que imponha que essa deve ser a regra. O que li é que Marcela é assim e ponto final. Mas o medo de que essas características torne-se modelo e acabe por inspirar outras é tão grande que detona-se logo com essa possibilidade pela raiz.
Já ouvi desabafo de mulher indepedente, em todos os sentidos, de que anda cansada de ser o homem da casa; que deseja muito um relacionamento que a permita ser exclusivamente uma do lar. Oras, seria uma fraqueza pensar assim?
No dia do Culto Ecumênico da minha formatura, o celebrante enfatizou a importância dos maridos, noivos e namorados em apoiarem suas mulheres quando essas se decidem estudar, trabalhar e que todos da familia devem colaborar com os afazeres da casa na ausência delas em seus lares. Bravo!!
Sou uma mulher que possuo ambas experiências. Já fui apenas funcionária, apenas dona de casa; funcionaria e dona de casa; estudante e dona de casa; estudante, funcionária e dona de casa ao mesmo tempo também, ou seja, já desempenhei tripla jornada. Tenho propriedade para falar deste assunto. Meu marido e meus filhos me apoiaram totalmente em todas essas fases. E meu esposo possui um particular, ele é totalmente a favor que eu trabalhe fora. Sim, ele às vezes até sugere que eu vá porque para ele sozinho também é muito dificil e exaustivo. Contudo, existe um empecilho da minha parte relacionado à saúde. Em todas as vezes que eu sai de casa para um atividade extra, caí doente e tive que abandonar tudo, inclusive as tarefas do lar. Depressão orgânica, onde o desequilibrio metabólico se instala. Correria, esgotamento físico e mental, má alimentação, estresse, aborrecimentos, contrariedades, detonam com meu metabolismo e no prazo de um ano, nesse estilo de vida, vem a crise e eu perco outros dois anos para me recuperar.
Sou dona de casa. Sim, há muitas coisas que desejaria comprar com o dinheiro de um trabalho, mas que também dá pra viver sem. Prefiro ter saúde a ter coisas. Prefiro comprar flores ao invés de antidepressivos. Ser dona de casa é um estilo de vida. Será que ainda podemos escolher? Ou quem se libertou da chamada "submissão" agora passa a submeter? Cuidado! Na tentativa de se libertar passa a se impor.
Teria muito a falar das vantagens de ser uma dona de casa, mas o blog esta recheado delas, é só seguir lendo.
Deixemos a Marcela, a Clara, a Ana serem belas, recatadas e do lar se bem lhes faz. Trabalhe, estude, e "seja o que quiser" se bem lhes faz também. Tudo tem seu preço e vamos ter que pagar, cedo ou tarde. Mas também tudo tem suas vantagens, como por exemplo, depois que se aposentar por ter dedicado metade da vida sendo submetida a um emprego, a mulher pode voltar ser uma dona de casa remunerada, olha que maravilha!! Ah não quer? Quer ter uma empregada? Ótimo, terá dinheiro para pagar uma. Simples assim. Mas se não houver quem enalteça a posição de dona de casa, bem provável, e já estamos vivendo isso, não haverá quem queira trabalhar de doméstica. Seria esta a lei do retorno?
Abraço,
Marilí
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