Meus filhos cresceram

Tenho sentido vontade de dividir com vocês como tem sido as mudanças na rotina da família bem como na minha mente depois que percebi que meus filhos cresceram.

Olha, sofri bastante! Posso dizer que meus filhos nunca dormiram fora de casa. E se aconteceu foi por extrema necessidade. Sempre fomos muito grudados. Minha sogra até falava que deveríamos deixar porque se um dia fosse preciso iriam dar trabalho. Mas graças a Deus, nunca foi preciso.

Atingiram uma idade, acho que até tardia (graças a Deus), em relação ao que vemos hoje em sociedade, na qual começaram a se interessar pelas baladas e aí vocês já sabem como é.

Meu primeiro corte umbilical com eles foi quando meu filho conquistou a CNH, carteira de habilitação, e depois na matrícula da minha filha na Universidade Federal. Minha filha tinha ainda 17 anos. Estávamos na fila e quando chegou a vez dela fui impedida de entrar. Estranhando essa proibição eu disse: ela é ainda de menor. O que ouvi foi: "a partir de hoje sua filha torna-se de maior e responsável por ela mesma". Isso foi só o começo das "dores" kkk...

As primeiras vezes que saíram de casa no mesmo horário que eu costumava chegar na casa dos meus pais depois de ir a uma festinha de garagem kkk, foi quase incompreensível. Madrugada adentro, eram ligações atrás de ligações, mensagens atrás de mensagens. Até que na última crise de depressão isso se tornou uma tortura, justamente porque eu estava fragilizada. Minha filha me perguntava: "mãe do que a senhora tem medo?", e eu dizia: de tudo!!
Essa transição foi muito difícil pra mim. Podem imaginar? Sim, foi sofrido!!

Meus filhos cresceram, já são adultos e ainda sinto esse cordão sendo cortado, porém sofro bem menos hoje, graças a Deus! Estou deixando ir... Quando vou dormir, às vezes nem vejo mais a hora que entram em casa, porque já entreguei a Deus, em oração, e penso que estão bem, felizes, se divertindo e trilhando seus próprios caminhos baseados em escolhas que correspondam aos valores e costumes que adquiriram em casa; penso que preciso relaxar e descansar, rezo e adormeço em paz.

Eu e meu esposo já estamos nos acostumando a ficar e sair sozinhos novamente, como era no inicio do casamento. Ficam as lembranças boas de tudo que vivemos grudadinhos os quatro. Chega-nos uma nova fase. E conversando em família, num desses domingos, meu cunhado falou uma verdade: "hoje, nossos filhos estão longe de nós, mas chegará uma outra fase que eles voltam ao nosso convívio. E isso foi o que aconteceu com a gente, lembra?" Sim! Ele está certo.

Assim vou vivendo essas mudanças, entendendo que meus filhos cresceram e já sinto aquela saudadezinha toda vez que saem. Saudade de tê-los por perto o tempo todo e ter um certo "domínio" sobre eles. Não é muito fácil pra quem escolheu ser apegados demais como eu e meu esposo escolhemos.
Para amenizar essa "separação" precisamos nos ocupar com coisas novas para tentar suprir essa falta. Estou voltando a fazer meus crochês, me dedicando a este trabalho nas redes sociais, porque adoro escrever mais do que conversar. Kkk E vamos vencendo assim os dias.

Eu tenho aqui no blog um texto, que foi muito acessado, que se chama "As fases do casamento".
Se você está também passando por isso, a dica para superar essa "síndrome do ninho vazio" é ocupar-se de novas atividades. Sejamos felizes independente das circunstâncias.

Do texto de Rubem Alves

A menina e o pássaro encantado

Abraço,
Marilí