Louvado seja Deus por pais que são abençoados na vida, por acompanharem a vida dos seus filhos e vê-los crescer, se tornar adultos. Sim, abençoada é a família que consegue manter-se unida e repleta de amor entre pais e filhos por anos e anos vividos.
A tendência dos pais é achar que seus filhos são eternas crianças e aceitar que eles cresceram, às vezes, custa um pouco. Mas eles crescem e vão tomando às rédeas de suas vidas.
Talvez a superproteção dos pais para com os filhos torna essa aceitação mais complicada. Pais se esquecem que um dia também cresceram e foram fazendo suas escolhas, embora tão novos... Assim pensam hoje em relação aos seus filhos, mas não pensavam em relação a si próprios.
A maneira mais fácil de ir cortando o cordão umbilical dos filhos é tomar suas próprias vidas como exemplo. Assim como os pais, os filhos querem e precisam estabelecer-se na vida. Uma escolha profissional, o casamento, constituir sua própria família. A vida segue o seu percurso.
Nessa fase os pais costumam sentir que sua missão está prestes a ser cumprida. Isso gera uma certa abnegação com relação as responsabilidade que tinha sobre a vida dos filhos. Natural que seja assim. Não seria comum que os filhos dependessem dos pais pro resto de suas vidas, exceto em casos especiais.
Ver os filhos saindo aos poucos e se autoafirmando na vida deve ser motivo de orgulho para os pais. Orgulho de tê-los criados para seguirem em frente com seus erros e acertos, conquistando seus sonhos e objetivos individuais ou coletivos.
Então, o que fazer com a lacuna que começa a surgir no apego dos pais em relação aos filhos?
Voltar a centrar sua atenção em si próprios. Por tantos anos a prioridade em suas vidas fora a vida dos filhos. Certos de que fizeram o de melhor por eles, é hora então de voltar-se para si, retomar sua vida, sutilmente interrompida em função de sua prole. Os passeios que não puderam realizar, os cursos que gostariam de ter estudado, a reforma na casa ou quem sabe até uma mudança, aquele trabalho voluntário, um toque de beleza, aquela atividade física adiada, as visitas que nunca mais fizeram, o namoro que deixaram de lado... É só se permitir olhar ao redor. O que não se via antes através das lentes focadas nos filhos agora se vê no desfoque.
Ignorar os medos que possam surgir, pois são puramente a insegurança da nova fase que chega. Libertar os filhos e se libertar também. Tanto para uns quanto para outros a sensação é a mesma de viver o novo. Aproveitar essa fase, porque a fase de ser avô e avó, ah isso é conversa pra outra hora...
Indico uma leitura muito leve, dinâmica e bem humorada sobre o assunto. Tenho certeza que irão gostar:
"Antes que eles cresçam"
Affonso Romano de Sant'Anna
http://www.cozinhandocomjosy.com/2013/09/antes-que-eles-crescam.html
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