Sempre Simples

"A simplicidade é o último grau de sofisticação." Leonardo da Vinci.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Philia

Há um bom tempo tenho a intenção de abordar o assunto "depressão" no Blog e agora surgiu esta oportunidade. Ganhei de presente o livro do Padre Marcelo Rossi, Philia, o amor fraternal. Neste livro o Padre aponta que o Philia aplicado no dia a dia pode derrotar a depressão, o medo e outros problemas.

Os quatorze capítulos tem por temas: depressão, ansiedade, tristeza, pessimismo, medo, remorso, vício, desemprego, maledicência, inveja, ciúme, ira, ingratidão e autoimagem. Segundo o autor, se trata de uma seleção das angústias que mais atingem as pessoas que o procuram.

Marcelo Rossi relata, em seu livro, que passou por um processo de depressão que lhe roubou a saúde, a alegria de viver e que foi assolado por pensamentos autodestrutivos, perda de peso e isolamento. A depressão é o último estágio da dor humana, diz o doutor e escritor Augusto Cury.

Não é nada fácil superar uma depressão. A começar pelos julgamentos errôneos, que as pessoas fazem, a esse respeito. Para quem está bem parece muito fácil sair deste estado de tristeza. Mas só quem já passou por isso, na vida, sabe o quanto é difícil. É preciso travar uma verdadeira luta interior contra todos os sintomas envolvidos no processo de depressão.

Onde está a cura? Qual é o caminho para se livrar desse tormento?

A ajuda médica é fundamental. Mas alguns médicos, hoje, estão muito cautelosos em prescrever medicamentos controlados. Dependendo do grau da doença entre leve, moderada ou severa, as recomendações variam entre medicação específica e orientações de vida. Uma pessoa deprimida precisa querer sair do estado em que se encontra. Uma vez que queira, deve procurar caminhos para cura através de exercícios físicos, alimentação, exposição solar, socialização, medicação e, ao meu ver, o mais importante de tudo, da oração.

A oração é um "santo remédio" para tudo na vida. Por intermédio da oração, alimentamos nossa mente, alma e coração de força e renovação espiritual. Cada pessoa tem uma forma, que mais se sente bem, em fazer suas preces. Sozinha, numa igreja, entre pessoas, ao ar livre, cantando ou escrevendo; a oração faz a ligação entre o humano e o divino. Há situações às quais nos explicamos assim: "só eu e Deus sabemos o que passei ou o que passo". E é verdade! Para Deus podemos abrir nosso coração e esvaziar nossa mente sem sermos julgados, ou, sem expor nossa mais íntima dor, que só Ele é capaz de entender.

Numa das minhas visitas ao consultório médico, a queixa foi por alguns dos sintomas relacionados à depressão. Ao me avaliar, o doutor disse que não me via uma pessoa deprimida, mas que, em todo caso, a cura para isso é assim... Se não quer sair, saia! Se não quer ver pessoas, veja! Se não quer conversar, converse! Se não quer ir caminhar, caminhe! Se for caminhar, escolha ir naquela praça que tem pessoas conhecidas para puxar uma conversa. A depressão precisa ser contrariada. E aos poucos ela vai indo embora. Não é fácil fazer o que não queremos mas, neste caso, necessário.

Um psicólogo explica, em um dos seus vídeos, que solicita aos seus pacientes depressivos que façam todos os dias, exercícios como, realizar serviços de banco, por exemplo. Ele justifica, que quando o paciente consegue executar tarefas simples, eleva sua autoestima e se sente bem. Portanto, dentro da limitação pessoal, a pessoa deve enfrentar essa situação com movimento.

Enfrentar é a palavra!

Por incrível que pareça, o que me faz sentir bem, é ter o controle sobre o bom andamento da minha casa. Conseguir arrumar uma gaveta, limpar e organizar armários, ter em dia as roupas para lavar e passar me traz um bem estar enorme. Tudo isso fica muito pesado no auge dos sintomas porque uma prostração grande rouba toda a nossa energia. Organizar torna-se uma tarefa complicadíssima. Por isso é preciso persistir, pouco a pouco, em coisas leves e simples, até que não seja mais um bicho de sete cabeças.

Uma coisa que gosto muito, mas que durante uma crise de depressão se torna uma dificuldade, é ir ao supermercado. É preciso insistir. Lembro das palavras do médico e, mesmo sem querer, eu vou. Aos poucos, tudo vai voltando ao normal. Lugares tumultuados, barulhentos e com muita informação visual também me afligem. Essas descrições são próprias dos centros das cidades. Então, prefiro ir aos shoppings, quando preciso comprar algo. O importante é movimentar-se, sair de casa aos poucos. E gosto de ir sozinha porque assim, faço o que preciso, no meu ritmo. Se tenho que demorar numa determinada sessão para compreender e me decidir, demoro e volto quantas vezes forem preciso no mesmo lugar. Devagar, isso vai se tornando, a tarefa mais simples do mundo novamente.

Bem, espero ter contribuído um pouco, com quem se identificou com o assunto. Tenho muito o que escrever sobre depressão e achei que a postagem já se estendeu demais. Poderei em outra oportunidade continuar falando sobre isso. Até lá.


2 comentários:

  1. Muito bom este texto! É mesmo assim: no seu ritmo, cada dia de uma vez, com Deus em tudo, vencendo os "gigantes"! Beijos.

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  2. Obrigada Darlene! Você está sempre prestigiando o Blog! Sim, vencendo os gigantes.

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